É necessário que nós, enquanto católicos, nos aprofundemos naquilo que é o mistério da Santa Missa. É preciso que busquemos participar fervorosamente da Santa Missa, para colher os frutos que Jesus quer nos dar. Para isso, num breve momento, compartilhar-se-á um pouco da sabedoria de São Francisco de Sales (do livro Filotéia), de São Leonardo de Porto-Maurício (do livro As Excelências da Santa Missa), e de Santo Afonso Maria de Ligório (do livro A prática do amor a Jesus Cristo).
“Grande paciência é necessária para suportar a indiferença, que a maioria dos batizados na Igreja Católica têm pela Santa Missa: eles rescendem ateísmo e são veneno da piedade. Pensam eles: “Uma missa a mais, uma missa a menos, que importa... Já é bastante ouvir a missa nos dias de festa. A missa de tal padre é uma missa de semana santa: quando ele surge no altar, eu fujo da igreja. ” Sabeis o que é, na realidade, a Santa Missa? É o sol da cristandade, a alma da fé, o centro da religião Católica Apostólica com a sede em Roma, a que tendem todos os seus ritos, todas as suas cerimônias, todos os seus sacramentos. É, numa palavra, A ESSÊNCIA DE TUDO O QUE HÁ DE BOM E BELO NA IGREJA DE DEUS”. São Leonardo de Porto Maurício
1. Santa Missa
Meus irmãos, precisamos (nós ainda mais) buscar participar melhor do Santo Sacrifício, sabendo de sua importância para toda a Igreja. A Santa Missa é a “renovação incruenta do sacrifício da Cruz”. Este nos deu a redenção, aquele nos proporciona, dia-a-dia, as graças da nossa redenção.
Pois bem, o Santo Sacrifício da Santa Missa, coloca-nos são Francisco de Sales, é para os exercícios piedosos (novenas, terços...) o que o sol é para os outros astros, pois a Eucaristia é a alma da piedade e o centro da religião cristã à qual se referem todos os mistérios e leis. É o mistério da caridade pelo qual Jesus dá-se inteiramente a nós, é o mistério do Santo Sacrifício.
Diz-nos ele: Filho amado faze o possível para arranjar o tempo necessário de ouvir todos os dias a santa Missa, a fim de oferecer juntamente com o sacerdote o sacrifício do teu divino Redentor a Deus, seu Pai, por ti mesmo e por todos os seus. Lembrando sempre que o que se faz na igreja, publicamente, tem sempre maior valor e consolações do que o que se faz privadamente, porque Deus quer que demos sempre a primazia à comunhão dos fiéis.
2.Eucaristia
Quem se aproxima muitas vezes e com devoção desta sagrada mesa, recebe tanta força e vigor, que se torna quase impossível que o veneno mortífero das más inclinações faça alguma impressão em sua alma.
Ó amigo, de Deus, muitos perecerão porque morreram espiritualmente por própria culpa, mesmo podendo tão facilmente preservar-se da morte se alimentando do corpo do Senhor. “Miseráveis, porque estais mortos, se tínheis entre as mãos o fruto da vida? ” Dirá o senhor.
O Concílio de Trento afirma: “Neste dom da Eucaristia, Cristo quis derramar todas as riquezas do amor que reservava para os homens”.
Diz-nos ainda, Santo Tomás de Aquino, que a Eucaristia é o “Sacramento do amor, prova de amor”. Santo Afonso explica essa frase dizendo: “Sacramento de amor, porque só o amor o levou a se dar todo nele. Prova de amor para que nós, se alguma vez duvidarmos de seu amor, tenhamos nesse sacramento uma prova. É como se nos dissesse o Redentor quando nos deixava este dom: - Homens, se algum dia duvidarem de meu amor, eis que eu lhes deixo a mim mesmo neste sacramento. Com tal garantia na mão, não podem ter dúvidas de que eu os amo e os amo muito”!
“- Mas vós, Jesus, partindo deste mundo, o que nos deixaste em memória de vosso amor? Não uma veste, um anel, mas vosso corpo, vosso sangue, vossa alma, vossa divindade, vós mesmo, todo, sem reservas: Deu-se todo não reservando nada para si”. São João Crisóstomo
Ora, meus irmãos, o amor “com amor se paga”. Jesus nos amou tanto que Se encarnou, e como se não bastasse para nos salvar, quis ainda morrer e, para provar ainda mais o quanto nos ama, antes de Se entregar para ser morto, deixou-nos este sacramento do amor: a Eucaristia. E, como retribuir um amor tão grande como esse? Somente amando de volta! Somente buscando-o o máximo que pudermos. Somente doando-nos por inteiro a Ele que, por primeiro, a nós Se doou. Assim, precisamos, como uma das primeiras coisas, buscar neste sacramento forças para crescermos no amor à Deus.
3.Método Curto e Devoto para participar com fruto da Santa Missa.
Eis o meio mais adequado para assistir com fruto à Santa Missa: consiste em irdes à igreja, como se fôsseis ao Calvário, e de vos comportardes, diante do altar, como o faríeis diante do trono de Deus, em companhia dos Santos Anjos. Vede, por conseguinte, que modéstia, que respeito, que recolhimento são necessários para receber o fruto e as graças que Deus costuma conceder àqueles que honram, com sua piedosa atitude, mistérios tão santos.
Este método, bem compreendido, é o mais conforme o espírito da santa Igreja, que almeja ver os nossos sentimentos unidos aos do sacerdote. Logo que a Missa iniciar enquanto o sacerdote diz o Confíteor, fazei também um pequeno exame de consciência, excitai em vossos corações um ato de contrição sincera, pedindo a Deus perdão dos seus pecados. Implorai, ao mesmo tempo, o auxílio do Espírito Santo e da Santíssima Virgem, a fim de assistir à missa com todo respeito e devoção possíveis. Em seguida, dividi em quatro partes o tempo da Missa, para, nessas quatro partes, vos desobrigardes dos quatro grandes deveres, e isso como segue:7
Na primeira parte, que vai desde o começo até o Evangelho, cumpris o primeiro de ver de honrar e louvar a majestade de Deus, digno de receber honras e louvores infinitos. Para isso, humilhai-vos com Jesus, abaixando-vos na consideração do vosso nada, e confessai sinceramente que nada sois absolutamente diante da imensa Majestade Divina.
Por conseguinte, na segunda parte, que vai do Evangelho à elevação, desobrigar-vos-ei do segundo dever. Lançando um olhar rápido aos vossos pecados, e vendo a dívida imensa que por eles contraístes com a Justiça Divina. Repeti muitos atos de sincera contrição, dai também, livre curso a vossos sentimentos, e ficai certos de que, com muitos desses atos, pagareis completamente as vossas dívidas que, por vossos pecados, contraístes com Deus.
Na terceira parte, da Elevação à Comunhão, considerai os imensos benefícios de que foste cumulado e, em troca, oferecei a Deus um presente de valor infinito: o Corpo e Sangue de Jesus Cristo. Convidai Anjos e Santos (de vossa devoção) para, por vós, render graças a Deus. Ah! Como agradará a nosso boníssimo Deus tão afetuoso reconhecimento! Como não ficará pago cm esta única oferta que vale mais que tudo, porque é de valor infinito.
Por fim, na quarta parte, da comunhão ao fim da Santa Missa, enquanto o sacerdote comunga sacramentalmente, fazei vossa comunhão espiritual (antes da sacramental). Em seguida, pede a Deus muitas e grandes graças, já que tão grande é a oferenda que Lhe fazeis, o seu divino filho. Pedi ainda, graças para todos os seus; implorai socorro pelas vossas necessidades espirituais e temporais; rogai pela Santa Igreja. Não façais com negligência, mas com confiança, seguros de que vossas orações, unidas às de Jesus, serão atendidas.
Referências
Filotéia: São Francisco de Sales
As Excelências da Santa Missa: São Leonardo de Porto-Maurício
A Prática do Amor a Jesus Cristo: Santo Afonso Maria de Ligório
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